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quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Amor-perfeito
sábado, 11 de agosto de 2012
Sê tu mesmo, sê autêntico!
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Retratar a tua essência
Após percorrermos alguns metros a pé encontrámos o lugar ideal.
Montei o cavalete, peguei na paleta, deitei sobre ela um pouco de cada cor e fiz algumas misturas para criar uma cor única simplesmente para ti.
Queria pintar, mas queria ainda mais saber retratar a tua essência.
Ao olhar para o teu rosto as minhas escondidas inseguranças dissiparam-se, dado que os teus olhos reluziam como nunca e o teu olhar era capaz de cativar até os pirilampos que avistava ao longe.
Peguei num dos pincéis, pincelei cada um dos traços do teu doce rosto e sussurrei: Parece que o céu escureceu só para fazer brilhar o teu rosto sob as estrelas.
E pouco depois notei que não permanecias mais sentado a fixar o horizonte como eu te pedira e senti a tua mão a puxar a minha, afastando-me dali.
Seguravas um frasco e olhavas para cima, para os pirilampos que inexplicavelmente agora nos rodeavam. E como que por telepatia decidimos começar a correr entre eles e as nossas gargalhadas. Tu, sempre hábil, conseguiste até capturar um, chocando de seguida comigo e dizendo-me:
Podem existir mil rostos no mundo, podem ser usadas infinitas técnicas de pintura ao retratar cada um deles, mas o teu será sempre o mais perfeito, será sempre o que não precisa da luz das estrelas para brilhar.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Amar sem tempo
Debruçada sobre o parapeito da janela revejo este dia e apercebo-me de como o tempo é impaciente e não espera por nós.
Torna-se cada vez mais complicado acompanhá-lo, pois os ponteiros não param de correr e marcam tempos insuficientes para amar.
São lembranças o que carrego e desejos o que procuro.
São aqueles teus doces beijos que não caiem no esquecimento e fazem com que o tempo realmente voe ao pé de ti.
Amar (sem tempo) é estar ali ou acolá quando permanecemos sempre aqui, não é mais do que voar sem asas.
Longe de ti as horas são longas e o tempo horas, mas ao teu lado as horas são escassas e o tempo momentos.
Hoje sei que é o amor que nos transporta para além dos minutos, para além das expectativas e eterniza o tempo.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Fotografia ao luar
A noite, um pequeno e fugaz momento de descanso acabara de se tornar num tão longo e desconcertante desassossego que nem a lua que espreita pela janela consegue acalmar.
As temperaturas estão baixas e por isso vou-me deixando ficar na cama, envolta nos quentes lençóis que há dias partilhávamos e que agora se tornaram demasiado nostálgicos. Talvez seja o sono a dominar-me, contudo noto neles o teu cheiro e quase que te consigo sentir a beijar-me antes de adormecer.
Será que aqui estás?
Acreditar que sim não sei se me descansa ou se me abala, mas gosto de pensar que estás comigo outra vez. Gosto de olhar em redor e ver aquelas nossas fotografias, ver o passado a devolver-te ao presente.
Secalhar em sonho, oiço-te dizer-me que o vento tudo leva e tudo traz e o meu coração estremece.
Sendo que tudo parece mais nebuloso após o ecoar do despertador, pois a tua almofada permanece ali a ocupar o lugar que é teu e não dela. Decido puxá-la até mim e juntá-la à minha, porém ao arredá-la vejo um envelope branco com belos contornos a prateado. Sentindo-me ainda mais confusa rapidamente o abro e encontro nele uma fotografia tua. Estás deitado ali mesmo ao meu lado envolto nos mesmos lençóis em que me encontro. Na parte detrás estão as palavras que antes de ir nunca me disseste: Distância não é ausência e proximidade nem sempre é presença, por isso e para que não notes que fui fico aqui contigo nesta fotografia ao luar.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Terra minha
Enquanto os seus pais, uma vez mais, trabalham a terra ele dá os seus primeiros passos na agricultura. Traz hoje calçadas umas botas que diz serem como as do avô e ao ombro carrega a sua enxada, preparado assim para fazer os seus primeiros sulcos no terreno por onde passaram diferentes gerações da sua humilde família.
Ao longe vejo no seu rosto a alegria de ali estar, a honra de ser parte daquela gente e daquela terra.
Noto que não perdera ainda a sua inocência de criança e ao cair da noite posso observá-lo a pegar nos pedaços de terra endurecidos atirando-os para o horizonte.
Minutos depois, pega na sua enxada e ruma a casa onde a sua avó está sentada num cadeirão que quase não consegue fazer balançar.
Ao chegar encontra-a envolvida na manta antiga que em pequeno o aconchegara e coloca-se de joelhos junto a ela sussurrando-lhe apenas: